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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

As Escolhas de Dilma

Em continuação à Coluna que fiz: Governar é Escolher, onde citei o que de fato ocorreu no Brasil na última década e listei o que perdemos e as escolhas que foram feitas.

Passo agora ao contexto da 2ª década do século XXI, com a Eleição e o Início do Governo Dilma, já posso tecer meus elogios e minhas críticas`ao seu Governo.

Confesso, não esperava muita coisa do Governo Dilma, sei que ainda é cedo para falar, afinal ainda restam 47 meses de Governo, mas posso dizer, que esperava um Governo de discurso e ações semelhantes ao Governo anterior. 

Lula usou e abusou do Poder, Dilma assume com mais discrição, menos viagens e um discurso mais sério e mais austero. Obviamente, percebe-se que ela já paga a conta dos desmandos do antecessor, a "herança maldita".

Á começar pela aliança que Lula fez para elegê-la, hoje, PT e PMDB brigam à unha, por cada cargo e cada comando de empresas estatais: Dilma e seu temperamento incisivo parece que não vai se curvar prontamente aos partidos e mantém posições firmes e insiste na indicação de técnicos para os cargos. Obviamente, o fisiologismo conhecido da Base aliada não permitir que tais indicações sejam tão fáceis.

Quanto à Política Econômica, Lula repetiu várias vezes que quitou a dívida externa brasileira, verdade, mas ele esqueceu de dizer que para isso, aumentou o rombo da dívida interna que atinge números gigantes. Dilma responde á esse rombo, com a política mais "demonizada" pelo PT e por Lula, a Política de corte de gastos.

Sem dúvida como oposição, preciso saber criticar, mas elogiar também tais iniciativas, restando para os próximos meses, a dúvida se Dilma será capaz de cortar gastos e dar transparência aos cofres públicos, pelo menos, é isso que se espera.

O anúncio de um corte de gastos de 50 bilhões deve ser visto como um ato de responsabilidade e seriedade da Presidente, embora muitas vezes impopular, o corte de gastos é fundamental para se enxugar a máquina pública, evitar desvios e garantir eficiência do uso do dinheiro público; em épocas de dúvidas sobre a saúde econômica do Brasil, o ideal é mesmo isso, pisar no freio com cautela e rever conceitos, no caso, reorganizar os gastos públicos. Farei em breve um artigo, sobre a herança que ela recebeu de seu antecessor.

Na Política externa, Dilma também surpreende, parece que vai na oposição ao seu antecessor, e já disse por vezes que não vai se curvar às ditaduras e não vai ser conivente com o desrespeito aos direitos humanos, como fez o Governo anterior. Segundo informações do Jornal O Globo, Dilma parece tentar se desprender de seu criador, e adotou uma política de maior independência ao Itamaraty e às relações exteriores do Brasil.

Na questão Ética, Dilma também surpreendeu, em meio ao Escândalo dos Passaportes Diplomáticos da família Lula, Dilma tomou providências rápidas e efetivas, dando transparência ao Sistema de concessão de passaportes diplomáticos.

Na questão Emergencial, Dilma se portou melhor do que Lula, não demorou três semanas para dar declarações e não fez promessas que ficassem somente no papel. Dilma visitou as cidades atingidas, criticou a ineficiência e os erros cometidos pelo Governo Federal, Estadual e Municipais no RJ. Cobrou atitude e trabalho dos Ministros e do Governador do RJ e reforçou a tese que não manterá o discurso imediatista de Lula.

Na questão de Conivência, Dilma parece ter dado um recado às autoridades cariocas e ao Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Athur Nuzman. Dilma indicou Henrique Meirelles para dirigir e coordenar as Obras dos Jogos Olímpicos do Rio2016 que envolvem R$23,2 bilhões. Com a indicação de Meirelles, um homem sério e competente, temos a garantia que não haverá abusos e superfaturamentos nas obras, atrasos e desmandos não serão permitidos, e Dilma subentende que não será conivente com escândalos e irregularidades na preparação dos Jogos Olímpicos.

Por esses exemplos que citei, fico esperançoso que Dilma fará um bom trabalho, basta saber quais decisões ela tomará e que rumo ela vai seguir, se optará pela facilidade, pelo imediatismo populista ou se seguirá na trilha das transformações e mudanças de postura, no exemplo á ser dado pelo Governo Federal. Ao que me consta, as primeiras ações de Dilma sinalizam para a 2ª opção. Fico confiante e como todos os outros cidadãos, ficarei alerta.

Ouça o comentário do colunista Arnaldo Jabor na Rádio CBN

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