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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Governar é Escolher

Todos os políticos fazem opções, e quando se assume a Presidência, escolher se torna rotina e diariamente tem que se tomar decisões. Apesar de que um Presidente seja muito bem assessorado, de fato, ele faz as importantes escolhas sozinho.

Todo Governante faz escolhas, mas a mais importante delas é sem dúvida aquela cujos riscos são altos e os preços à se pagar são sentidos pelo Governante e pelo país todo.

Somente a frieza do tempo e a isenção da história são capazes de mostrar quais de nossas decisões foram certas e de fato, ajudaram na construção e no desenvolvimento do povo.

Por isso, esse post, porque Governar é escolher, e em determinado momento do país, os Governantes tem que escolher entre o que é certo e necessário em longo prazo, ou o que é fácil e popular mas que é passageiro e não duradouro.

Muitos Governantes escolhem a 2ª opção, e cito como exemplo, o timing que viveu o Brasil na primeira década do século XXI, um momento de ascensão econômica e prosperidade mundial, de excesso de dinheiro e geração de oportunidades, de expectativas e de investimentos.

O Brasil também viveu esse timing, nossa moeda, o Real já estava estabilizado, graças á política econômica do Presidente Fernando Henrique Cardoso, a inflação também estava controlada e caberia ao seu sucessor, á Lula, promover a transformações políticas e sociais que colocassem o Brasil entre as Grandes Nações.

Mas Lula também fez sua escolha entre a dificuldade e o alto custo das Reformas de Base no Brasil, Lula optou pelo discurso, pela teoria, pela propaganda, pelos Programas Sociais criados anteriormente e que foram expandidos na sua gestão.

Sem dúvida, Lula deu grande contribuição, distribuindo renda aos pobres, ajudando no combate á fome e á miséria. Mas Lula não conseguiu reverter isso em oportunidades, simplesmente rasgou o discurso que fez durante 22 anos enquanto era de Oposição, e se entregou aos grupos mais atrasados da nossa política que Governam o Brasil desde sempre.

Apesar de discursar e condenar as elites, Lula Governou com elas, e mesmo se auto-intitulando de Pai dos Pobres, o boom econômico fez dele a Mãe dos Bancos, que durante sua gestão bateram sucessivos recordes em lucros.

Com a decisão de Lula de abandonar os discursos que fez durante 22 anos, ele se reinventou, abdicou das Reformas, desistiu de estatizar empresas, e deu continuidade à Política Econômica de sucesso de seu antecessor. Lula adotou o discurso do coitadismo, atacou a Imprensa "golpista" e a oposição, desrespeitou a democracia, fez cerimônias Brasil á fora, viajou o mundo todo, afagou ditadores, abusou do poder econômico, fez campanha política com dinheiro público, zombou da Justiça Eleitoral e foi aclamado com mais de 80% de popularidade.

Querendo ou não, Lula escolheu, escolheu o caminho fácil do discurso eufórico, da omissão frente à corrupção e se entregou com volúpia aos grupos mais atrasados da nossa política, cujos interesses são somente o poder, o cabide de emprego, o dinheiro público e o controle das empresas estatais.

O Brasil perdeu tempo nesses 8 anos, não fez a Lição de Casa, não fez as Reformas e não rompeu com os atrasos. Com a crise Mundial, ficou claro, que o nosso Sistema Econômico é eficiente, mas apesar de estarmos de pé, grande parte dos nossos parceiros econômicos capotaram.

Mas aqui temos mais uma nova oportunidade, foi nos dada mais uma chance, o timing, onde agora, temos as chances de nos reinventarmos, investirmos em infra-estrutura, oportunidades na Educação e na geração de empregos, no incentivo à Ciência e Tecnologia, para nos adequarmos ao desenvolvimento.

O Brasil é visto com prosperidade e expectativa pelo mundo. Mas resta saber se seremos capazes de atender às demandas.

"Quando estiverem cauterizadas as feridas morais abertas pela Era da Mediocridade, o Brasil contemplará com desconsolo e desconcerto a paisagem deste começo de século." Augusto Nunes, VEJA

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