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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Turbulência

Os primeiros oitos meses do Governo Dilma, parecem, para os analistas, como um dos começos de governo mais conturbados e turbulentos da história recente. Com uma base aliada avassaladora no Congresso e o aparente apoio popular nas ruas, muitos teriam previsto que o trabalho de Dilma seria fácil, só que nós não contávamos com a herança "maldita" que Dilma recebeu de seu antecessor.

Nesse pequeno período de Governo, 3 ministros foram afastados, outros dois foram trocados de pasta, um Ministério inteiro passa por faxina, com direito a demissão coletiva para a alta cúpula dos Transportes e no Dnit, órgão vinculado ao Ministério. 

Além disso, o início de Governo marcou a saída do PR do bloco governista no Senado. Houve uma ameaça de rebelião em um das bancadas da base aliada na Câmara dos Deputados, uma CPI quase foi instalada e muitos Ministros do Governo já foram convocados para dar explicações no Congresso.

Entre os sindicatos e organizações sociais que vinham apoiando o Governo, constatamos o que há muito não se via: CUT e Centrais Sindicais entre outras, aumentaram o tom contra o Planalto, passaram a fazer barulho, que antes era facilmente silenciado por dinheiro e contribuições doadas pelo Governo. 

Uma herança foi deixada por Lula á sua sucessora, uma base aliada viciada no fisiologismo do "toma lá dá cá", na troca de cargos do Governo, por apoio político no Congresso. Além disso, Dilma também recebeu a máquina pública inchada e as contas descontroladas, que levaram Dilma a anunciar um corte bilhonário. Cortaram investimentos importantes, e não os gastos supérfluos do Governo, como as despesas com viagens e excesso de funcionários.

Na área econômica o Governo também vem enfrentando um leão. Uma ameaça de crise internacional, insegurança na Europa e nos EUA que refletiram em nossas bolsas financeiras. Estamos enfrentando ameaça de volta da disparada da inflação, que vem aumentando acima do esperado.

A população sente os reflexos do que veio sendo feito no Brasil nos últimos anos. Com o cenário duvidoso, o Brasil assiste uma ameaça de volta da inflação, com a rotineira elevação dos juros, pesados impostos e ausência de Reformas profundas do Estado, da política, do sistema tributário, da Justiça e da administração pública, que sejam discutidas e colocadas em prática.

Do caso Palocci, a volta do dossiê dos aloprados, o escândalo dos Transportes, denúncias contra a Conab, e denúncias contra outros 3 Ministérios vem fazendo deste momento político, uma sucessão de crises e escândalos, em que a Oposição tenta abrir investigações mas quase sempre são barrados pela base aliada do Governo.

Antes, com Lula, as denúncias e escândalos eram indiferentes para o ex-presidente, ele não cobrava explicações nem punia qualquer um dos malfeitores que integravam o seu Governo.  

O Governo Dilma tem agido de forma diferente, cobra explicações e como no caso do Dnit, promoveu a faxina geral ao demitir toda a sua cúpula. Resta saber se tais faxinas ocorrerão em outros Ministérios, se virarão rotina no Governo ou se tal atitude da presidente é uma excessão, promovida pela pressão da opinião pública.
 

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