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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Viemos, vimos e vivenciamos

Algumas coisas na vida acontecem inesperadamente e nos marcam para sempre, outras já sabemos que vão acontecer e embora as tenhamos esperado com ansiedade, elas simplesmente passam por nossas vidas e logo caem no esquecimento; e há ainda aquelas coisas que esperamos com expectativa por meses e que ao acontecerem nos tocam ainda mais do que aquilo que anteriormente havíamos imaginado.

Ir ao Rio de Janeiro como voluntário da 28ª Jornada Mundial da Juventude enquadra-se no terceiro exemplo que mencionei: embora tenha aguardado com ansiedade e expectativa a JMJ Rio2013, quando ela chegou, fui surpreendido por um mar de gente, de línguas, de cores e de culturas de todos os cantos do Brasil e rincões do mundo, que apesar de todas as diversidades e adversidades, proferiam a mesma fé, acreditavam na mesma coisa e buscavam algo em comum.

Viver” por duas semanas no subúrbio carioca foi a imersão em uma realidade social, cultural e econômica que eu sabia que existia, mas nunca havia conhecido de fato. Experimentar as ruas, o sotaque o transporte e os serviços públicos do Rio de Janeiro foram prato cheio para identificar problemas e potenciais soluções, ao mesmo tempo em que enxerguei a rica e potencial possibilidade de um intercâmbio cada vez maior entre São Paulo e o Rio, compartilhando entre si soluções mútuas para seus problemas, que são mais comuns do que eu imaginava.

Como qualquer cidade, o Rio de Janeiro tem problemas e tem virtudes; a beleza da cidade dispensa comentários, acrescento além desta, a receptividade da população, a hospitalidade, o bom humor exposto no sorriso aberto e sincero, a conversa fácil e a incansável disposição em ajudar, coisas que trouxe na bagagem de volta a São Paulo, pois poucas vezes vi tanta “gente boa”. O povo carioca sofre as mesmas mazelas do resto do país: insegurança e criminalidade, leniência com o tráfico, concentração de renda e desigualdade social, serviços públicos precários, transporte hipertrofiado, mas nem por isso este povo deixa de sorrir, de tratar bem o próximo; rezei lá no Rio de Janeiro, para que essa “bondade” do carioca seja traduzida em seu favor, em especial nas urnas que é por onde toda e qualquer transformação da realidade deve começar.

Ao mesmo tempo em que vivenciei as mazelas e as virtudes do Rio, devo dizer que voltei diferente - mais rico. Além da oportunidade memorável de estar tão perto do bem-aventurado Papa Francisco e poder ouvir suas mensagens diretas e objetivas, trouxe na bagagem bons amigos que partilharam comigo a aventura diária no 254 (Praça XV-Madureira), trouxe também, a minha fé renovada, minha paz interior restaurada (uma tranquilidade que se mistura com esperança que não sei explicar de onde vem, nem sei direito o que é), e meus objetivos cada vez mais claros no sentido de que o caminho a ser trilhado visa a vida política para servir ao interesse público, para enfrentar de frente as mazelas da coletividade, para pensar, propor e fazer a diferença na realidade de cada cidadão de bem, que junto comigo ainda acredita na capacidade da sociedade em transformar suas aspirações em realizações, em tornar o necessário e desejável cada vez mais possível e viável.

Volto renovado e enriquecido na esperança e na fé, e tenho certeza que os 3,7 milhões que foram comigo, voltaram pra casa tão leves e tão engrandecidos quanto eu por terem vivenciado essa experiência única e inesquecível.

Nos vemos na Polônia em 2016!
 

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